Professoras do DF reinventam a biblioteca na escola

21/09/2011 00:00

As crianças já consideram a biblioteca o melhor lugar da escola. Uma professora idealizou um projeto

para estimular a leitura.
 
A professora Nadir Chaves Oliveira trabalha na Escola Classe Nº 18, em Taguatinga, cidade próxima a
Brasília, há 16 anos. Ela foi uma das idealizadoras do projeto Reinventando a Biblioteca, que surgiu da
necessidade de estimular a leitura das crianças.
 
“Nós não nos conformávamos com a questão de a biblioteca estar fechada, funcionar como um depósito
de livros. Então, nós resolvemos reinventar esse espaço. A gente sabe que ler é mais importante que
estudar”.
 
Há 13 anos, as professoras desse colégio toparam um desafio: fazer os alunos mergulharem no mundo
das letras e virarem verdadeiros "ratos de biblioteca". Elas queriam transformar o que antes era um mero
amontoado de livros na vedete da escola. Nessa tarefa, todo mundo entrou na roda: uns doaram obras,
outros deram vida às histórias.
 
Na escola, o professor substitui o quadro e o giz pelo teatro. Faz o livro ser brincadeira levada a sério.
Mas não vira só contador de histórias. Mostra que números e letras caminham juntos, principalmente
quando a literatura se transforma em jogo, ajuda a testar a memória e faz a turma vibrar.
 
Com pintura no rosto, figurino apropriado e bom humor, os ratos mascotes da biblioteca foram criados
pelas professoras têm até nome: Racumim e Racutia. Depois deles, ninguém mais vai querer ficar longe
dos livros.
 
“Ah! As crianças, eu quero que elas cheguem à biblioteca e invadam isso tudo, levem para casa. Leiam,
consumam livro e sejam uns ratos leitores, junto comigo. E fazer parte junto desse mundo encantado
aqui que essa biblioteca é mágica. Aí, sai de dentro aqui, a gente viaja, vai para todos os lugares sem
sair do lugar”, fala a ratinha Racumim.
 
Compensações
 
Para estar na biblioteca, as professoras pagam um preço. Elas perdem a gratificação que receberiam
em sala de aula, mas dizem que o resultado compensa qualquer sacrifício. “Existe um outro lado tão
prazeroso, tão gratificante, que é ver a alegria das crianças, o quanto esse projeto faz bem para a auto-
estima das crianças e faz bem para a auto-estima dos pais, dos professores", enfatiza a professora
Raquel Gonçalves Ferreira.
 
No palco, a criatividade fica à prova. Depois da leitura, acontece a encenação. O que estava no papel vem
para o teatro e os alunos não poderiam deixar de ser protagonistas.
 
Esse é um projeto voluntário que ultrapassou os limites do Distrito Federal. A idéia de reinventar a
biblioteca já chegou até Recife. As crianças confirmam que a proposta deu certo. “A biblioteca é o lugar
mais legal da escola, porque a gente se diverte, brinca, pega fantasia. Então, isso é muito bom”, diz Luísa
Antunes Oliveira, 10 anos.
 
Guilherme Costa, 9 anos, concorda com a colega.“Na biblioteca a gente faz teatro, brincadeira, a gente
lê. A tia incentiva à gente a ler, fala que ler faz bem e acaba que o nosso desenvolvimento fica melhor. A
gente aprende mais”.
 
Fonte: https://g1.globo.com/